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Trilho de Santo Adrião

Descubra o encantador Trilho de Santo Adrião, um percurso pedestre circular na pitoresca freguesia de Oleiros, em Ponte da Barca.


Imagine-se a caminhar por um trilho onde cada passo revela um pedaço da história e uma majestosa beleza natural.

O Trilho de Santo Adrião, com os seus 5,38 km de extensão, oferece uma experiência inigualável na pitoresca freguesia de Oleiros, em Ponte da Barca.

A sua aventura começa no Cruzeiro do Senhor da Paz, seguindo para a histórica Casa da Quintã, uma elegante construção do século XVIII adquirida pelo Conselheiro Rocha Peixoto no século XIX.

Agora pertencente a Fernando e Loduvina Afonso, a casa destaca-se pela sua planta em U, a capela adornada com as armas dos antigos proprietários, e o portão com uma imponente pedra de armas setecentista. À medida que avança, alcança o Alto de Sermil. Respire fundo e maravilhe-se com a vista deslumbrante do vale do Lima e das paisagens envolventes. Continue até à centenária Fonte de Airó, com obras datadas de 1954 e um lavadouro público. A água pura da fonte e o ambiente sereno ao redor convidam a uma pausa refrescante.

Explore a Fonte da Lameirinha e as Alminhas de Lobeira, um oratório de 1737 que é um testemunho do património artístico-religioso local. As Poças de Frajão, com as suas águas cristalinas, são um santuário de flora e fauna diversificadas. A vegetação densa e a tranquilidade do local proporcionam um refúgio perfeito para os amantes da natureza. Deixe-se envolver pelas pequenas manchas florestais e usufrua desta zona para fazer uma pausa e apreciar a tranquilidade envolvente antes de continuar a sua caminhada. Fique atento e poderá avistar a raposa-vermelha (Vulpes vulpes) ou observar a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) em pleno voo. Nos meses de março a junho, as giestas amarelas e brancas (Cytisus striatus e Cytisus multiflorus) enchem a paisagem de cores vibrantes, criando um cenário digno de um conto de fadas.

Seguindo o trilho, existe uma vista ampla para o Castelo da Nóbrega, localizado na freguesia de Sampriz, datado do séc. XII, e que teve importância histórica na defesa do território e formação da independência de Portugal. Depois, passará por um local, novamente junto ao Ribeiro da Granja, onde se encontram as ruínas de um antigo moinho, onde outrora José Gonçalves moía farinha para a sua família. O som suave do ribeiro e a vegetação exuberante ao redor tornam este trecho particularmente encantador.

A última paragem é na Igreja de Santo Adrião, um templo provavelmente construído no século XVII, dedicado a Santo Adrião. A igreja dedicada ao Santo que dá origem ao nome do trilho, com a sua importância história, é um ponto de interesse que vale a pena explorar neste percurso. Venha percorrer este caminho e deixe-se maravilhar pela fusão perfeita entre história, cultura e natureza. Digitalize os QR CODE ao longo do percurso para descobrir mais acerca de cada ponto.

Trilho de Santo Adrião

 

# Trilho Descrição
Cruzeiro ao Senhor da PazO cruzeiro erigido na paróquia de Santo Adrião de Oleiros é uma estrutura com um forte impacto pela sua monumentalidade. Foi mandado construir, nos finais do século XIX, por José António Rodrigues, benemérito da freguesia, em honra do Senhor da Paz, designação por que continua a ser conhecido. Ao centro, impõe-se um pedestal de granito de 7,5 metros, no cimo do qual se eleva a representação escultórica do Senhor numa cruz, de 2,5 metros. Tanto de um lado como do outro, surgem, numa simetria perfeita, três colunas de granito com um pouco mais de 3 metros de altura, servindo cada uma de suporte a uma imagem de cerca de 1,3 metros. À direita, as esculturas figuram as virtudes teologais – Fé, Esperança e Caridade – e, à esquerda, aparecem S. Pedro, S. Paulo e S. João.
Casa da QuintãA Casa da Quintã, construída no século XVIII, é um marco de grande interesse histórico e arquitetónico no Trilho de Santo Adrião. Este edifício nobre, comprado pelo Conselheiro Rocha Peixoto no século XIX, destaca-se pela sua planta em forma de U, onde uma elegante capela se situa num dos extremos. Desde 1996, pertence a Fernando Alberto Domingues Afonso e sua esposa, Ludovina Rosa de Barros Ferraz Afonso. O elemento central da casa é a sua ampla escadaria, que conduz ao andar nobre, adornado com janelas de sacada sustentadas por mísulas trabalhadas, uma demonstração da minúcia e qualidade do trabalho em pedra da época. A capela conserva as armas dos primeiros proprietários, refletindo o seu prestígio e estatuto, enquanto o portão de entrada exibe uma pedra de armas setecentista, que reforça a aura de tradição e história que envolve a propriedade. A Casa da Quintã é, assim, um ponto de paragem obrigatória no percurso, não apenas pela sua beleza arquitetónica, mas também pelo valor que carrega como testemunho de diferentes épocas e proprietários que ajudaram a moldar a identidade desta região.
Fonte da QuintãoAs fontes que encontramos ao longo do Trilho, como a Fonte da quintão, são elementos significativos, tanto do ponto de vista histórico como cultural. Originalmente, estas estruturas foram construídas para fornecer água potável às comunidades locais. Num tempo em que o acesso a água limpa era limitado, as fontes desempenhavam um papel crucial na saúde e no bem-estar das pessoas, garantindo um ponto seguro e acessível para se refrescarem e hidratarem.
Vista do Alto de SermilO Alto de Sermil é um local que proporciona uma visão magnífica do vale do Lima e toda a paisagem envolvente. É o local ideal para parar e apreciar as vistas panorâmicas.
Fonte de AiróÉ uma fonte centenária, cuja data mais longínqua de obras está registada na própria fonte, em 1954. Originalmente, estas estruturas foram construídas para fornecer água potável às comunidades locais. Num tempo em que o acesso a água limpa era limitado, as fontes desempenhavam um papel crucial na saúde e no bem-estar das pessoas, garantindo um ponto seguro e acessível para se refrescarem e hidratarem. Na envolvente encontra-se, também, um lavadouro público. que sofreu obras em 1986, sofrendo uma beneficiação total, que incluiu a colocação de abrigo em telha sendo que, na altura, a Junta de freguesia era liderada pelo presidente Manuel Gomes. Mais recentemente, todo o largo foi totalmente requalificado pelo executivo da Junta de Freguesia no mandato 2017-2021, sendo presidente Nuno Pereira. Os lavadouros também serviam como espaços de encontro e convivência, especialmente para as mulheres, que se reuniam ali para lavar a roupa. Estes momentos de interação ajudavam a fortalecer os laços comunitários e funcionavam como uma oportunidade para trocar histórias e notícias. Depois do lavadouro a água segue para uma poça, ficando aí retida para posteriormente ser utilizada para rega pelos consortes. A água da poça é então distribuída para os "consortes" (que, neste contexto, são as parcelas de terreno ou agricultores que partilham a água). A distribuição é feita de forma que todos os consortes recebam uma parte proporcional da água disponível para irrigação, o que garante que a terra de cada um seja devidamente regada. Hoje, ao passar por estes locais, os visitantes têm a oportunidade de apreciar a importância histórica destes pequenos mas indispensáveis locais.
Fonte da Lameirinha e Alminhas de LobeiraFONTE DA LAMEIRINHA A água da Fonte da Lameirinha foi explorada em 1942 pelo Sr. José Manuel Vieira, tendo-a oferecido à Junta de Freguesia para uso do lugar de Lobeira. A água que não é utilizada para consumo segue para a Poça da Lameirinha, ficando aí retida para posteriormente ser utilizada para rega pelos consortes. Mais recentemente, todo o largo foi totalmente requalificado pelo executivo da Junta de Freguesia no mandato 2017-2021, sendo presidente Nuno Pereira. ALMINHAS DE LOBEIRA As alminhas, localizadas no antigo lugar de Lobeira, perto da fonte da Lameirinha, são datadas de 1737. As alminhas eram tradicionalmente usadas como marco de oração ou como sinal de devoção, e muitas vezes estão localizadas à beira de caminhos ou estradas. O nome "alminhas" vem da palavra "alma", já que estes monumentos estavam associados à oração pelas almas dos falecidos, especialmente nas suas festas e nas tradicionais "novenas". Muitas vezes, as alminhas eram também usadas para assinalar o local de morte de alguém ou para a proteção de quem passava por ali. É um oratório de culto às almas do purgatório, hoje consideradas património artístico-religioso e que refletem a forte ligação do povo português à fé católica e às suas tradições locais.
Ribeiro da Granja mesa para lancheNeste Local, muito perto de um ramal que é nascente do Ribeiro da Granja, pode atravessar o ribeiro por uma pequena passagem pedonal em madeira. Junto ao ribeiro, faça uma pausa para lanchar e descansar. Aprecie a natureza envolvente e a tranquilidade deste refúgio natural.
Poças de FrajãoAs Poças de Frajão, situadas em plena floresta, são locais onde a água de nascente fica retida para posteriormente ser utilizada para rega pelos consortes. De realçar que a água destas poças segue na levada para o Ribeiro da Granja que, por sua vez, desagua no Rio Vade, percorrendo a freguesia de Oleiros, em toda a sua extensão, tendo servido na antiguidade para regar muitos hectares de terreno da freguesia. É UMA ZONA DE FLORESTA MUITO RICA NA SUA FAUNA E FLORA Nesta zona de floresta pode observar-se os pinhais, com destaque para o pinheiro-bravo (Pinus pinaster). Pelo caminho é possível encontrar a giesta, que abunda em matos mesófilos em áreas pouco elevadas, conferindo à paisagem, nos meses de março a junho, um manto colorido, amarelo ou branco, belo e extenso. A giesta amarela (Cytisus striatus) e a giesta branca (Cytisus multiflorus), são as mais comuns. Quanto à fauna ela é variada. Podemos ser surpreendidos com a visão lindíssima da raposa-vermelha (Vulpes vulpes) ou, no ar, com o voo sereno da águia de asa redonda (Buteo buteo).
Castelo da NóbregaDeste ponto do trilho existe uma vista ampla para o Castelo da Nóbrega, localizado na freguesia de Sampriz, datado do séc. XII, e que teve importância histórica na defesa do território e formação da independência de Portugal. Evidencia vestígios da torre de menagem de cerca da época românica. No penhasco mais elevado implanta-se um marco geodésico, sendo visível em alguns pontos a acumulação de blocos graníticos irregulares que deverão pertencer à cerca. Por ser um ponto estratégico e localizado a 775 m de altitude, neste local, em dias de céu limpo, é possível avistar Viana do Castelo e o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, em Braga.
Ribeiro da GranjaNeste local, junto ao ribeiro, existem ruínas de um moinho, que pertencia ao senhor José Gonçalves e era utilizado para a produção de farinha para a família. Os moinhos desempenharam um papel fundamental na vida rural, especialmente em tempos passados. Sem os moinhos, as pessoas teriam de moer manualmente os grãos, o que exigia muito tempo e esforço. Isto facilitava a produção de pão e outros produtos alimentares, contribuindo para a subsistência e o bem-estar das comunidades rurais, não só pela sua função prática de transformar os alimentos, mas também pelo impacto social, económico e cultural que tinham.
Igreja Paroquial de Santo AdriãoProvavelmente construída no século XVII, a Igreja de Santo Adrião é dedicada ao santo que lhe dá nome e representa um marco religioso e histórico na região. A sua origem poderá remontar a uma estrutura anterior de arquitetura românica, como indicado pela referência a “Sancti Adriani de Oleiros” no ano de 1190, numa doação ao mosteiro de Crasto, e depois mencionada nas Inquirições de 1220. Até meados do século XIX, antes da revolta da “Maria da Fonte”, era costume realizar-se enterramentos tanto no interior da igreja quanto na sua envolvente. Embora hoje os enterros não sejam realizados neste local, qualquer intervenção ou trabalho que envolva a movimentação do solo circundante deve ser realizado com especial cuidado, respeitando a memória histórica e cultural do local. Este espaço não só é um ponto de devoção, mas também um reflexo da ligação ancestral da comunidade com o território, destacando-se como um local de respeito, história e espiritualidade. SABER MAIS… A Revolta da Maria da Fonte foi um movimento popular ocorrido em Portugal em 1846, durante o reinado de D. Maria II, com origem no Minho, mas que rapidamente se alastrou a outras regiões do país. Foi um episódio marcante da história portuguesa, motivado por descontentamentos sociais, políticos e económicos. Contexto da Revolta A revolta surgiu em resposta a medidas implementadas pelo governo, que foram vistas como opressivas, nomeadamente: - Lei do Registo Civil, que retirava à Igreja o monopólio dos registos de nascimentos, casamentos e óbitos, gerando descontentamento entre o clero e a população. - Proibição de enterramentos nas igrejas e nas suas imediações por razões de saúde pública. Este ponto gerou grande resistência, especialmente em comunidades rurais, que viam tal prática como uma tradição sagrada. O nome "Maria da Fonte" deriva de uma figura simbólica, provavelmente uma mulher da região de Póvoa de Lanhoso que liderou as primeiras manifestações. As mulheres tiveram um papel crucial nos protestos, sobretudo porque muitas delas eram responsáveis por cuidar dos enterros.
Sede da Junta, Bar, Coreto, FimE chegou ao fim a sua caminhada! No Largo de Santo Adrião, onde se encontra implantada a Sede da Junta de Freguesia, pode apreciar as alminhas existentes, o chafariz com a escultura do Santo Adrião, padroeiro da freguesia de Oleiros e fazer uma pausa para descanso, tomando um café ou apreciando os sabores confecionados no Coreto-Bar! Esperamos que tenha gostado! Volte sempre!

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